Brad Slyde, que o hitdabreakz já entrevistou, apresenta a sua visão do Halloween em mais uma mix para o seu site Discobreak. Eis a receita, segundo as suas próprias palavras:
Featuring music from: Johann Sebastian Bach, John Carpenter and the Children Of The Corn, Nosferatu, Psycho, Quartermass, Salem, The Serpent and the Rainbow, The Shining, Snowman, The Thing, Vampire Circus, The Howling, Nightmare On Elm Street, Suspira, The Fog, Halloween, Clockwork Orange, Mike Oldfield and the Exorcist.
Verdade, vem mesmo aí o Halloween e nada melhor do que uma mixtape para nos deixar "in the mood" para abóboras e bailes de máscaras. "Funky Halkloween" de Dr. Rubberfunk não é "Fragments of Fear" de Quiet Village, mas ainda assim é uma interessante viagem por um lado mais, erm..., funky do Halloween. Fica a sugestão. E o alinhamento.
Lalo Schifrin and David McCallum - 'Dracula Meets The Human Fly' The Witch Doctor - 'Over Night Low' Albert King - 'Born Under A Bad Sign' Booker T & The MGs - 'Born Under A Bad Sign' Run DMC - 'Back From Hell' (Remix) Cypress Hill - 'How I Could Just Kill A Man' Spoonie Gee - 'Monster Jam' Howlin' Wolf - 'I Ain't Superstitious' Yesterday's New Quintet - 'Superstition' Tony Joe White - 'Stud Spider' 4th Coming - 'Dead Don't Die Alive' Maceo Parker - 'Doin' It To Death' BT Express - 'Devil's Workshop' Grant Green - 'Walk In The Night' Mongo Santamaria - 'Night Crawler' Marie Queenie Lyons - 'Fever' Howlin' Wolf - 'Killing Floor' Uptight's Band - 'Devil's On The Run' Buddy Rich - 'Sneakin Up Behind You' Ken Nordine - 'Black' Albert King - 'Angel Of Mercy' Bill Cosby - 'Martin's Funeral' Mr Güder - 'The Horror'
E de forma discreta aqui está o primeiro "episódio" da HdBTV. Com comando de Fred Parreira (o Absurdo do fórum HdB) e logo de Ana Rita Goulão (Min no fórum), a HdBTV irá trazer até nós reportagens de concertos, pequenos apontamentos musicais, entrevistas ou diggin' reports sempre que possível. Sem promessas de regularidade porque nem sempre é possível conjugar necessidades logísticas, mas podemos garantir que é para continuar! Para já fica um apontamento sobre a passagem de DJ Ride no Music Box há um par de semanas.
Ao ver este pequeno documentário, de título "Free Samples", que DJ Castle Rock e Shawn Cikanek colocaram no YouTube, penso nas razões que, depois de todos estes anos, ainda me fazem ter sede de discos. A verdade é que a assoalhada que reservei ao vinil cá em casa começa a aproximar-se perigosamente da sobre-lotação e a colecção ameaça alastrar-se como um vírus para outros recantos do lar, e ainda assim não há dia que passe em que após visionar mais uma lista ou o stock de uma loja eu não pense que... tenho poucos discos e que me faltam muitos mais do que aqueles que consegui acumular durante cerca de duas décadas de relação íntima com a música e o vinil. Esta sede, pensava eu, já devia estar saciada por esta altura, mas nada disso: cada novo blog que descubro a disponibiizar pérolas soul e funk só me dá é dores de cabeça. Já nem sequer me preocupo em descarregar porque basta a capa de um Blue Note raro, de um Library sobre o qual leio há anos, de uma obra-prima obscura de disco produzida no bloco de leste para a minha alma começar a salivar profusamente e eu ser assaltado por delírios que normalmente incluem um grande jackpot do euro-milhões, um avião privado e paragens em tudo o que é record spot sério por esse mundo fora. Esta sede toma realmente conta de mim e mais de dois ou três dias sem comprar discos equivale a um suplício. E, claro, não podem ser uns discos quaisquer. Afinal de contas quem já acumulou uns valentes metros de prateleiras como eu já não se satisfaz com qualquer coisa... Este fim de semana, lá estarei eu de novo, em busca da batida perfeita e de mais uma peça para o interminável puzzle que é esta minha paixão por música e discos!
Hoje, em regime cut n' paste, chama-se por aqui a vossa atenção para os Chromeo de P-Thugg e Dave 1, irmão de A-Trak, DJ de Kanye West (small world, hein?). Tudo isto por causa desta Le Mix descoberta no blog androïdes et moutons électriques. Tem isto:
chromeo – ‘needy girl’ gino soccio – ‘who dunit’ the jets - ‘rocket 2 u’ rick james - ‘sweet & sexy’ general caine - ‘bomb body’ klymaxx - ‘meeting in the ladies room’ roy ayers - ‘hot’ sylvester - ‘someone like you’ the deele - ‘body talk’ touché - ‘wrap it up’ marcus miller - ‘my best friend's girlfriend’ chemise - ‘she can't love you’ change - ‘oh what a feeling’ paul hardcastle - ‘don't waste my time’ stacy lattisaw - ‘attack of the name game’
Chamada rápida de atenção para uma série de 24 programas de rádio disponíveis para download no site da Smithsonian Folkways que são uma óptima apresentação do histórico catálogo de Moses Asch para o qual o visionário Harry Smith tanto contribuiu.
This series of 24 one-hour programs explores the remarkable collection of music, spoken word, and sound recordings that make up Folkways Records (now at the Smithsonian as Smithsonian Folkways Recordings). The music of modern day giants like Bruce Springsteen, Bob Dylan, and Ani Difranco is interwoven with original Folkways recordings to demonstrate the lasting legacy that Folkways Records has on popular music. Recent and archival interviews with Pete Seeger, Woody Guthrie, Lead Belly, Mickey Hart, Studs Terkel, and others help reveal the remarkable human stories behind this equally remarkable collection. The series was produced by CKUA Radio in Alberta, Canada and originally aired in 1999.
De Toronto trouxe esta Powerhouse Magazine que ainda não conhecia. É o segundo número de uma revista com regularidade semestral (o primeiro tinha por tema "No Sleep Til Brooklyn") e é um retrato de Nova Iorque nos anos 70: "That 70s Show - New York City in the 1970s" segue a vocação fotográfica da Powerhouse e inclui trabalho de gente como Martha Cooper, Jamel Shabazz, Joe Conzo e Charlie Ahearn, entre muitos outros. O papel é de alta qualidade e os artigos - sobre Marlon Brando, Afrika Bambaataa, Dondi White, Richard Hell ou Al Pacino - escritos com a clara noção de que aqui as histórias estão a ser contadas sobretudo pelas excelentes fotografias.
Moodymann ou Kenny Dixon Jr é um personagem complicado, arauto da negritude perdida do techno e do house que prega, sobretudo, a uma vasta e internacional comunidade branca a partir da sua Detroit natal. A sua discografia é um labirinto confuso, de edições limitadas e reedições de origem duvidosa a criarem um complicado enredo que no entanto conta uma belíssima história: a sua música faz-se de memória, mas também de futuro, da sujidade do vinil, mas igualmente dos rigores digitais. KDJ, podem ter a certeza, é um génio. E Gilles Peterson sabe-o muito bem. No seu World Wide de 11 de Outubro deu a Moodymann a sua estreia na rádio britânica. O resultado é uma intensa viagem pela sua brilhante carreira, com um alinhamento de excepção. Que é obviamente obrigatório ouvir. A próxima emissão também promete:
Next week GP will be joined in the studio by Moodyman and a few other DJ heavyweights for a unique co-present
Alinhamento:
Modern Jazz Gang - 'Miles Before and After' (Adventure) Jay Electronica - 'Voodoo Man' (Test) Jef Gilson Septet avec Llyod Miller - 'Fable of Gutenberg' (Spirit > Jazz) Quantic - 'Melodious Wayfarer' (Tru Thoughts) David Essex - 'Rock On' (J Dilla Ahu Edit) (Test) Flying Lotus - 'Dolly' (Ahu Edit) (Test) Jill Scott - 'Crown Royale' (Hidden Beach) Jill Scott - 'Insomnia' (Hidden Beach) Linkwood Family - 'Piece of Mind' (Fire cracker) David Essex - 'Rock on' (Re-edit) (Test) Unknown (Mark E Edit) (Test) Cerrone - 'Music of Life' (Malligator) Moodymann - 'A Place Where Most Suburban Kids Think Their > From' (Mahogani Music) Moodymann - 'Technolgystolemyvinyl' Moodymann - 'Black Mahogony' (Mahogani Music) Amp Dogs Knight's - 'Im Doin Fine' (Mahogani Music) Moodymann - 'Shades of Jae' (Mahogani Music)
Moodymann Takeover
Moodymann - 'Freaky Lil Mama' (Mahogani Music) Norma Jean Bell - 'I'm The Baddest Bi**h' (White) Moodymann - 'No Feedback' (Mahogani Music) Sly Stone - 'Can't Strain My Brain' (Epic) Andres - 'Roots' (Mahogani Music) Moodymann - 'Mama's Hand' (Mahogani Music) Moodymann - 'One Night' (Mahogani Music) Moodymann - 'Telephone Blue' (Peacefrog) Brougham - 'Musicians From the Summer Program for Youthful Musicians' (Ubiquity) > Was (not Was) - 'Out Come The Freaks' (Z Records/Island) Jnerio Jarel - 'It Ain't Dead!!' (Lex) Josie Stingray Ft J.Davey - 'Doin My Thing' (Test) Bugz in The Attic -'After the Dance' (Simbad Remix) (Test) J R Bailey - Just Me'N You (Passion Music)
Há uma nova Wax Poetics, 25ª número!!!, nos locais do costume. Este número é especial e apelidado de "Photo Issue" por conter uma série de interessantes ensaios fotográficos. Nas bancas está igualmente o primeiro LP editado pela Wax Poetics - o álbum dos East Of Underground, raridade que há muito pedia actualização - e a primeira antologia, sob a forma de livro, de material publicado originalmente nos primeiros cinco números desta revista, entre 2001 e 2003. Numa altura em que já se paga para cima de 50 libras por exemplares do arranque da história da Wax Poetics, é uma boa ideia organizar esta antologia. Já encomendei o meu exemplar, mesmo tendo os 25 números da WP bem guardados cá em casa. O "Photo Issue" da WP inclui material de primeira, como sempre. A palavra à Dusty Groove:
They're not kidding about "The Photo Issue" tag on the cover -- because this issue of Wax Poetics is filled with a wealth of amazing music photos -- so much so, it almost feels like one of those high-end art books, but at a fraction of the price! The issue seems much larger than before -- almost 200 pages overall -- and it's filled with current and classic photos of New Orleans musicians, Brazilian artists, and a fair bit of hip hoppers from back in the day! But even with all those pics, the Wax Poetics crew have still given us plenty to read here -- as at least a quarter of the magazine still features text -- with articles on funky Miles Davis, Max Roach, Sharon Jones, Numero Group Records, East Bay Funk, The Dragons, Beastie Boys, and others!
Os Heliocentrics são um produto do revival funk, mas são tudo menos uma banda revivalista. Projecto de Malcom Catto, que já na Mo'Wax tinha dado provas de um espírito progressivo, os Heliocentrics partem do conhecimento profundo que o seu líder possui da história do funk (foi um dos dealers de relevo no auge da explosão do mercado dos Funk 45s), mas injectam nessa equação uma vontade de explorar o desconhecido. Catto, juntamente com membros dos Soul Destroyers de que também fazia parte, mais Max Weisenfelt dos excelentes Poets of Rhythm (que também gravaram como The Whitefield Brothers) completa os Heliocentrics, a banda que se faz ouvir no enorme "This Time" de DJ Shadow. Em "Out There", o álbum de estreia na Now Again, subsidiária da Stones Throw, os Heliocentrics encaram o funk como uma tela em branco, em cima da qual podem pintar cores de jazz e pinceladas de experimentalismo que definitivamente os afastam do lado mais tradicional do género. A fundação rítmica continua por lá, mais ou menos intacta, mas a arquitectura que suporta é inventiva. Este é outro dos álbuns para a lista de melhores de 2007 (que este ano terá várias entradas com marca Stones Throw!...). Podem ler sobre ele aqui.
A iniciativa Red Bull Music Academy está, uma vez mais, de parabéns: o Term 1 decorreu sem falhas e com total interesse, tanto ao nível das lectures e da acção nos estúdios como de todas as iniciativas paralelas - exposições, dj sets... - que preencheram os espaços da Academia, da Red Bull Festival Hub e dos clubes associados. No dia de despedida deste primeiro período (segue-se um segundo já a partir de próximo sábado!) fizeram-se as contas ouvindo-se os trabalhos realizados pelos "alunos" e o saldo foi francamente positivo: ao longo de hora e meia ouviram-se sonoridades mais experiemntais, hip hop e nu-soul, techno, house, drum n' bass e outras tipologias mais ou menos dificeis de descrever. Muitas vezes, os alunos contaram mesmo com a colaboração dos monitores Jake One (já há uns anos teve por aqui entrevista - produtor de gente tão diversa como De La Soul ou 50 Cent!) ou Om'Mas Keith (dos Sa Ra Creative Partners), o que deve resultar numa fantástica sensação! Particularmente feliz foi o tema de Baris Karademir, da Turquia: um disco de carburação lenta encimado pela sua própria voz em falseto. Delicioso. Toronto é uma belíssima cidade. Sobretudo na artéria Queen Street West (onde a foto ao curioso cartaz que podem aqui ver foi feita), zona de design e moda, cenário de imensas lojas que vão da mais vanguardista moda até às quinquilharias e lojas de discos como a Cosmos. Só passear ao longo dessa enorme avenida já dá uma excelente ideia do carácter distinto desta cidade de dois milhões e meio de habitantes e de gente muito nova... Cruzei-me na rua com uma turma de miúdos de 14 anos de uma escola pública numa aula prática de fotografia, todos empunhando máquinas analógicas que disparavam em todas as direcções... Esta cidade, de facto, pulsa de vida. Mas mesmo tendo tudo isso em conta, é bom estar de volta a Lisboa. Há muito para fazer e está na hora de deitar as mãos ao trabalho.
Obviamente que tratando-se da RBMA, local de encontro de diferentes sensibilidades, artes, culturas e linguas, a musica tambem segue o rumo da diversidade e muitas foram as linguagens aqui presentes, tanto nas palestras como nos estudios onde se passava grande parte da accao. Mas o Disco Sound tomou conta de varias das palestras e de forma muito directa. Vince Degiorgio, Arthur Baker, Randy Muller, Ian Dewhirst foram alguns dos nomes que agitaram o Lecture Hall com os baixos pulsantes debitados pelos gigantescos monitors Genelec ai instalados. As historias sucederam-se na primeira pessoa, com Vince a relatar o seu encontro com Gino Soccio, Arthur a recordar os dias em que foi DJ em clubes da mafia e Ian Dewhirst, autor das compilacoes MasterCuts, a recordar a criacao em Los Angeles dos Shalimar e a tocar temas da Salsoul, editora que ajudoua ressuscitar em tempos recentes. nao tive oportunidade de assistir a conferencia de Randy Muller, mas e possivel ler o que se passou no site da Red Bull: http://www.redbullmusicacademy.com/. Boa leitura!
PS: o teclado em que fiz este post, como deve ser obvio, nao tem os acentos necessarios.
Na RBMA as coisas já seguem em velocidade de cruzeiro e as conferências sucedem-se sempre com um elevado grau de interesse. Na terça-feira houve a oportunidade de dar a primeira espreitadela no fabuloso edificio recuperado para receber a academia (mesmo na "baixa" de Toronto) e ainda apanhar parte da conferência de Don Buchla, o inventor do sintetizador usado, por exemplo, por Morton Subotnick, um dos meus pioneiros de electrónica favoritos. O dia de ontem foi igualmente bem recheado: conferência de Vince Degiorgio, um dos primeiros movers da cena disco de Toronto, amigo de Gino Soccio e dono de um espírito vívido que favoreceu a conferência com todas as histórias incríveis sobre os passos inaugurais da cultura de DJs na cidade de Toronto. Vince passou durante a sua palestra o tema "The Mexican" dos grandes Babe Ruth (um dos meus temas favoritos de todos os tempos) na versão para mim desconhecida dos Bombers. Quando no final lhe disse que tinha adorado essa versão, Vince foi um cavalheiro e ofereceu-me o disco!... O dia terminou com a palestra de Makoto, esteta da geração drum n' bass ligado à Good Looking de LTJ Bukem. Apesar de não dominar na perfeição o inglês, Makoto conquistou a plateia com a sua música e foi bastante aplaudido. No final, houve ainda oportunidade para dar um salto à Cosmos, principal diggin' spot de Toronto que é, mesmo, uma loja muito séria. Em cima podem ver uma foto de Aki Abe, dono da Cosmos ao lado de uma das suas preciosidades de 500 dólares! Simpático até dizer chega, Aki é também um negociante nato: mal colocámos os pés na loja, Aki perguntou o que procurávamos e perantea palavra "Disco" fomos bombardeados com pérola atrás de pérola... LP e maxi de Mandre, "Going Back To My Roots" dos Odyssey, "Dance on the Groove" dos Funk Machine, o maxi de "Love is the Message" dos MFSB (melhor canção de toda a eternidade?) e maxi de Le Pamplemousse, projecto de Rinder & Lewis foram os holy grails recolhidos. Muitos mais havia a que o orçamento não chegou! A Cosmos é simplesmente impressionante. E pronto, para hoje espero as conferências com Arthur Baker e Mulatu, dois gigantes que espero ter oportunidade de entrevistar após as palestras.
Curto mas dá para perceber. No passado dia 27, três locais de Lisboa foram tomados de assalto por DJ Ride e Sagas, para marcar a apresentação de "Turntable Food", o álbum de estreia do Ride. O Chiado foi um deles.
"Turntable Food", editado na Loop Recordings, já está por aí.
Toronto. T-Dot. Canadá. Podem ser muitas horas de voo, mas esta cidade merece bem cada segundo daquela interminável travessia do oceano. Cheguei apenas há um par de horas e só agora me preparo para sair, mas esta cidade promete. Já a RBMA não promete: cumpre. Um dos oradores que vou poder ouvir é o senhor da capa do disco acima, lenda viva do jazz etíope, holy grail de há muitos anos. Mas também há King Jammy ou Arthur Baker. Sei que vou gostar, pois claro. E das lojas de discos (à chegada ao hotel esperava-me um guia especialmente preparado para os participantes na RBMA, "A Jaywalker's Guide to Toronto", que desvenda todos os segredos mais importantes...). Esperem reports por aqui...
