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HitdaBreakz

11/20/2007

O fecho da Amato e o futuro que nos promete


A Amato, conhecida e reconhecida distribuidora de música de dança do Reino Unido, vai fechar as suas portas até ao final do ano. Não há "melhor" prenda para quem gosta de música do que ver editoras como a 20/20 Vision, a Border Community, a Bpitch, a Crosstown Rebels, a Kill The DJ, a Rong, a Buzzin' Fly, a Freerange, a Noid ou a DeWolfe Music Library (nem sabia que andava aqui...) ficarem sem distribuição.

Ironicamente, há editoras do grupo a agradecerem aos blogs por ajudarem a promover a sua música ao ponto de não se vender. Ironias à parte, só por má vontade e desonestidade intelectual não se concede a responsabilidade que cabe por inteiro à internet na maneira como tem sistematicamente sido capaz de enclausurar o amante de música em casa, escondido atrás da suposta comodidade do

"faça tudo online,
escusa de ir à loja, compre aqui e receba em casa e é a mesma coisa
escusa de ter o disco, downloade aqui e é a mesma coisa,

escusa de pagar o disco, saque aqui e é a mesma coisa"

e, com isso, ajudado a retirar vendas aos discos e receitas a quem os vende (distribuição, lojas, etc).

Curiosamente, tudo indica que será a internet, ela própria, a resposta para o problema que está a criar. Resta saber é como é que a música mudará por causa disso até porque se há coisa que é certa nisto tudo é que a música vai, claro, mudar com toda esta nova maneira de se olhar para a música. Não é difícil de perceber que um formato é mais do que um suporte para a música e basta olhar para este blog para se entender que um formato pode ser mesmo dedicação para a vida.

Admito, claro, o pensamento inerente a quem olha para o vinil como o suporte de excelência para a música (e, principalmente, para a música de dança) em tudo aquilo que penso em relação a isto. Como facilmente admito toda a comodidade que o digital traz a quem é dj. Olhando para um e outro, a verdade é que, por todo o processo que um e outro passa na sua criação e na maneira como é vendido, o vinil será, cada vez mais no futuro, um produto premium e não, como até aqui, o produto principal.

No limbo em que nos encontramos, onde nem os discos físicos se vendem nem os mp3s se vendem (custa menos na carteira escrever ali em cima www.oink.cd do que www.beatport.com...), os discos físicos continuam a ser um suporte financeiro importante para as editoras. Algo que é óbvio até para quem lidera o principal ponto de venda online de música de dança, o Beatport.

A única coisa que sempre se esperou do futuro é que seja melhor do que o passado. Coisa que, vamos ser justos com o futuro, ele até tem cumprido. Mas, neste momento, é difícil olhar para esse tal futuro que estes fechos de distribuidoras físicas promete e ver nele paredes de quartos cheias de hard drives Lacies com alguém a me dizer "isto é a minha colecção, queres ouvir alguma coisa?" e eu achar que isto é melhor do que o que tenho agora. O futuro assim é, sem dúvida nenhuma, mais prático. Não consigo é entender, por mais que tente, como é que é melhor.