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HitdaBreakz

3/12/2007

To dig or not to dig?


To dig, pois claro. O facto de nos tempos mais recentes não se falar directamente de diggin' no Hit da Breakz não significa que tão nobre actividade ande arredada das vidas dos responsáveis por este blog. Muito pelo contrário: estar mais do que um par de dias afastado de espaços com discos é mesmo muito complicado. E ainda por cima, os dias começam a ficar quentes e convidativos para longos passeios até às feiras de velharias que se vão multiplicando um pouco por todo o lado. Ainda ontem, por exemplo, Azeitão esteve na rota do meu passeio e rendeu sete discos interessantes. Mas nem só de feiras vive o digger, até porque só agora o tempo começa a levantar: nos últimos tempos (ontem foi uma excepção), pelo menos aqui para estes lados, os domingos têm sido bem regados e portanto nem tem valido a pena sair de casa para ir à caça de rodelas vinílicas. Mas tudo indica que se aproxima uma boa época e ontem foi apenas uma amostra. Também se aproxima uma data para uma expedição hardcore que depois há-de render aqui um belo post. Mas mais sobre isso para daqui a algumas semanas.
Entretanto convém saber que parte da razão para as colheitas se terem acentuado em tempos mais recentes passa também pela dramática dilatação do terreno de pilhagem: não no sentido geográfico, mas sobretudo no sentido estético - não há muito tempo, o entusiasmo esmorecia quando a data do disco ultrapassava 1985 e hoje já não é necessariamente assim. Abertura de ouvidos? Também e, como já se mencionou por aqui em tempos, recontextualização de uma série de coisas. Uma das minhas aquisições recentes foi um álbum de 88 de Paul Hardcastle. A data é suficientemente tardia para ser sinónimo de maneirismos pop barrocos, mas no caso específico de Hardcastle os teclados continuavam a ser vintage e o disco - sem ser brilhante - tem alguns momentos de tensão analógica muito bem conseguidos.
E pronto, deixo-vos aqui com a lista da salada conseguida ontem em Azeitão: classic comedy, jazz-rock, soul de primeira classe, "fake" latin nas mãos de um inglês com o pseudónimo de Chaquito, mais stand up revolucionariamente negro, soul jazz e.... Vangelis. Quando se aponta em várias direcções, é dificil falhar o alvo!
Richard Pryor - That Nigger's Crazy (Reprise, 1974)
Jean-Luc Ponty - Civilized Evil (Atlantic, 1980)
Bill Withers - Greatest Hits (CBS, 1981)
Chaquito - Latin Colours (Philips, 196?)
Richard Pryor - Wanted (Warner, 1978)
Bobbi Humphrey - Blacks and Blues (Blue Note, 1974)
Vangelis - Opera Sauvage (Polydor, 1979)