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HitdaBreakz

2/11/2007

Mooner - entrevista parte 1


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No final do Verão passado, a uns meses de distância da edição de Elaste, o Hit da Breakz trocou uns mails com DJ Mooner. Esta é a primeira parte da entrevista com o responsável por uma das melhores compilações de 2006. Mais info aqui.

Como é que defines a cena Cósmica?
Uma mistura de clássicos do Loft, Krautrock, Deep Funk, Electrónica Alemã avant garde, coisas Latinas e africanas. Muitos dos discos são tocados na rotação errada e usam-se muitos efeitos e equalização.
Quando é que contactaste pela primeira vez com as experiências levadas a cabo por Baldelli nos anos 80?
Quando tinha 16 anos conheci um tipo numa estação de metro que me falou de festas fabulosas em que os DJs tocavam Bob Marley, Kraftwerk e música brasileira misturando tudo sem perder a batida. Ele também me disse que estas festas eram um meca das drogas. Mas eu frequentava um colégio católico privado e nunca conseguiria autorização para ir. Mas um dia encontrei uma cassette à venda na rua e decide comprá-la e levá-la para casa para ouvir. Na cassette estava escrito “LODA 04/82". O som transportou-me para outro universo. Ouvi aquela cassette todos os dias durante um ano. E isso foi em 1987.
Quando é começaste a tocar e a coleccionar este som?
Comecei a tocar e a coleccionar discos da cena cósmica há cerca de dois anos e meio. O problema com que me deparo é que as cassettes são a tua única referência e não há nelas nenhuma informação sobre a música que contêm. Se não conheceres um dos DJs nunca conseguirás descobrir o que eles tocavam. E foi por isso que nem sequer me passou pela cabeça procurer esses discos durante muito tempo.. É um pouco como a cena Northern Soul em Inglaterra em que os Djs tapavam as etiquetas para que ninguém descobrisse o que andavam a tocar.
Porque é que achas que a onda cósmica só saiu de Itália já muito tarde?
Esse é um dos grandes mistérios e uma das razões para tornar esta cena ainda mais interessante. O meu amigo Sven Janke fez mesmo a dissertação final do seu curso em torno desta questão. Houve diferentes razões… Uma delas tem a ver com o facto de a Europa, nos anos 80, não ter ligações tão boas como as de hoje. Depois aconteceu igualmente que a cena em Itália se tornou tão gigante que Loda, Baldelli e Mozart tornaram-se tão ricos e famosos que não precisavam de procurer mais nenhum mercado. Algumas festas chegavam a ter 10 mil pessoas!
O que é que vai acontecer em torno do Elaste? Há algumas remisturas planeadas?
Temos uma remistura de Beppe Loda para uma faixa de Chris and Cosey e eu fiz um edit do “Crash” de Doctor’s Cat. E também conseguimos arranjar versões raras de alguns dos temas incluídos na compilação.
As faixas na compilação Elaste foram escolhidas pela sua importância ou raridade?
Eu queria ter faixas representatives da cena, mas igualmente faixas raras que os já conhecedores pudessem apreciar.
Foi difícil conseguir os licenciamentos para esta compilação?
Fiz muita pesquisa e na verdade havia mais algumas faixas que queria ter incluído, mas ou não conseguimos encontrar os autores ou os donos do publishing e por isso foi impossível. Tentámos todos os contactos possíveis. O Clive Stevens foi muito simpatico. Até nos mandou o video do Mystery Man.
Chegaste a conhecer o Danielle Baldelli?
Trocámos emails e claro que eu frequentei algumas das suas festas, mas das últimas duas vezes que ele esteve em Munique eu estava fora da cidade.

Mooner no site Cosmic Disco (áudio)