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HitdaBreakz

1/14/2007

RIP Alice Coltrane


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Alice Coltrane faleceu na passada sexta feira em West Hills, na Califórnia. Tinha 69 anos. E uma carreira gigante que depressa justificou elogios que nada tinham que ver com o seu famoso apelido. Detalhes do falecimento e da carreira da harpista aqui e homenagem sentida no site da Waxpoetics. Deixo aqui igualmente um texto sobre o seu último álbum de originais, a ponta final de uma carreira brilhante que ajudou a sintonizar o jazz com o mais nobre mundo espiritual.

ALICE COLTRANE
“Translinear light”
(Impulse)



“Translinear light” interrompe o silêncio editorial de Alice Coltrane que durava há praticamente 25 anos. Mas o tempo não se sente e Alice soa como sempre soou: profundamente espiritual e lírica, capaz de evocar mundos distantes, quer quando utiliza o órgão eléctrico Wurlitzer (lembrando um Sun Ra mais contido) quer quando se senta ao piano e o faz soar como a harpa que marcou as suas primeiras gravações, como por exemplo “Ptah the El Daoud” (cujo tema “Blue Nile” é aqui recriado). “Crescent” e “Leo”, ambas criações de John Coltrane, são igualmente alvo de revisitações, com Ravi Coltrane a assumir brilhantemente o papel do pai, não caindo, no entanto, no mero mimetismo (apesar da breve e oblíqua evocação de “My Favourite Things” durante “Translinear Light”).
Para este regresso, Alice reuniu uma equipa de luxo que inclui, além do filho Ravi, nomes históricos como Jack DeJohnette e Charlie Haden. Mas nenhum se sobrepõe à figura central de “Translinear Light”, preferindo deixar fluir o discurso sábio de Alice Coltrane, que em cada nota que toca exulta sentimentos nobres e universais como o amor ou a paz.