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HitdaBreakz

9/03/2006

Cut Chemist - The Garden/Storm


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Só agora é que decidi ouvir com calma o maxi The Garden/Storm retirado do álbum de estreia a solo de Cut Chemist, The Audience's Listening, edição quase coincidente com Feedback dos Jurassic 5, grupo que Cut abandonou muito recentemente. Apesar de já estar há umas semanas na minha colecção, só agora é que calhou metê-lo no gira-discos. A razão é simples: tenho estado à espera do álbum de Cut Chemist em vinil porque faço questão de o ouvir assim (não é coisa para se experimentar ouvir em MP3), porque só assim deve fazer sentido. Podem pensar que é um disparate, porque música é música seja qual for o seu suporte. Sem dúvida alguma. Mas o Cut Chemist é um daqueles artistas que me merecem o respeito da paciência. Porque ouvir o novo disco tendo na mão a capa, podendo absorver-lhe os detalhes, ver as notas, etc, é muito importante. Enfim, mas como o álbum não chega lá resolvi então abrir o disco e aguçar o apetite que, de qualquer forma, tendo em conta o que conheço de Cut, já está mais do que aguçado.

Mas não é por causa disso que escrevo. O lado B deste maxi - cujo tema principal, The Garden, sampla a versão de Astrud Gilberto para Berimbau, o que só por si o deveria tornar recomendável - tem um belíssimo tema de título Storm que ainda por cima conta com a participação de dois dos mais interessantes MCs a trabalharem no underground neste momento - Mr Lif e o grande Edan. Como já expliquei, ainda não ouvi o resto do álbum, com excepção destes dois temas, mas se Cut Chemist conseguir manter o nível então The Audience's Listening é um grande, grande disco. The Garden é um bom tema - bem produzido, com um belíssimo break a suportar o arranjo e, como já disse, com a "participação" de Astrud Gilberto. Um tema clássico de Cut a prestar homenagem ao Brasil que descobriu no âmbito da Redbull Music Academy de São Paulo. Mas virando o disco para o lado B chega-se à grande surpresa. Storm é uma grande, grande peça, que demonstra que Cut não é um produtor qualquer nem um homem de olhar toldado pela reverência ao passado por causa do diggin'. Nada disso - como não poderia deixar de ser, tendo em conta o seu percurso, Cut é um homem de futuro. E Storm é a prova acabada disso. Dissonância, gira-disquismo, rap e electro num pedaço de irresístivel groove, programado com alma. O maxi oferece ainda a possibilidade de estudarmos os detalhes da produção ao incluir uma versão instrumental desta rajada de ruído sujo. O que é sempre interessante.
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Cut Chemist não é - nem de perto nem de longe - um homem fora de jogo. Muito pelo contrário. Storm chega para mostrar que Cut ainda terá muito para nos dar. Mesmo depois da atenção mais generalista se afastar do Hip Hop. Afinal de contas, é precisamente na sombra que muita gente faz o seumelhor trabalho.

Cut Chemist Goes Diggin' (vídeo)

Cut Chemist - Storm (áudio)