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HitdaBreakz

8/03/2006

Slow'n'Rub'n'Tug'


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A dupla nova-iorquina Rub'n'Tug acabou de lançar para o mercado um mixcd chamado "Better with a spoonful of leather vol. 2", desta vez na very hip aNYthing, onde a ideia de tocar discos à velocidade errada é elevada a conceito. Selecção musical de enorme qualidade, nada a apontar, e mantendo sempre um equilíbrio estético ao longo de todo o mixcd, apesar de passear entre a new wave, o italo, a disco e o rock progressivo. E o Visitors do Gino Soccio, único tema que reconheci, soa tão bem tão devagar.

À boa maneira dos bootlegs, não há tracklist com os nomes correctos e os títulos podem sugerir os nomes das bandas ou dos títulos das canções. King Cream poderá ser um tema qualquer dos King Crimson (qual, não faço a menor ideia) e Spoonfull poderá ter a ver com os Loving Spoonful, apesar de não soar nada parecido com os Loving Spoonful que tenho em memória. Ou, então, não é nada disto e o diggin' continua.

Podem os temas vocais tocados à velocidade errada provocar algum desconforto a quem os ouve mas de certeza que os Rub'n'Tug se escudam na justificação histórica de Danielle Baldelli para o fazer, ele que foi um dos principais adeptos de tocar discos em clubes à velocidade errada. No entanto, há aqui uma diferença grande entre os Rub'n'Tug e Baldelli.

Já foi perguntado a Baldelli o que ele achava dos temas vocais tocado à velocidade errada e do efeito arrastado ou acelerado que isso provocava nas vozes. Baldelli via os temas vocais de maneira bem diferente daquela que os Rub'n'Tug vêem porque para Baldelli, cuja língua materna é o italiano, a voz acelerada ou desacelerada não era mais do que mais um instrumento - ele não percebia o que era dito, era mais um elemento.

Só assim, sinceramente, é que o single dos OMD, o Enola Gay, que Baldelli tocava a 33 rotações faz sentido. No entanto, percebendo o que é cantado, como a mim me acontece quando oiço, a voz perde essa capacidade de disfarce que existe na cabeça de Baldelli. A mim, a voz do vocalista dos OMD salta-me logo para a frente e o arrasto da voz causa-me algum desconforto. Conheço, de trás para a frente (quem não conhece?), o tema original tocado à velocidade correcta e o desconforto pode vir daí. Já em temas que nunca ouvi, terá de ser o dj a resolver essa questão, sabendo perceber até onde pode ir para que as vozes não percam o seu sentido. Os Rub'n'Tug jogam neste equilíbrio em vários pontos do mixcd, ganhando, claramente, nalguns temas (como no Slipps), perdendo noutros (como no Meat).