<$BlogRSDUrl$>
.

HitdaBreakz

8/08/2006

Discaria sortida


Photobucket - Video and Image Hosting

Isolée - The Western Edits (part 1) (Playhouse)


"Wearemonster" foi, sem dúvida nenhuma, um dos discos mais importantes da história recente da electrónica dançante, capaz de conjugar em si, todo um conjunto de influências que até aí pareciam andar dispersas e que Isolée soube congregar como ninguém. No mesmo sopro, "Wearemonster" afirmou Isolée como um dos pequenos génios da música actual, com a sua produção delicada e atenta ao pormenor a denunciar novos caminhos que pareciam já ter sido percorridos. Razão mais do que suficiente para a Playhouse relembrar ao mundo que não foi por acaso que Isolée chegou a "Wearemonster", tendo demorado cerca de 10 anos para conseguir aquela que é sua obra-prima. "Western Edits" é exactamente isso, um tributo ao passado discográfico de Rajko Muller por parte de Luciano, Ricardo Villalobos, Dixon e dos Glimmers que, pela diversidade estética que representam, são o melhor exemplo de como a música de Isolée foge a definições e preconceitos. Como só a boa música consegue fazer.

Photobucket - Video and Image Hosting

Palm Skin Productions - The Year of the Muppet (Freerange)

A Freerange continua, disco a disco, a confirmar ser uma das mais sólidas editoras inglesas, suficientemente aberta para reconhecer talento para a música de dança onde ele, aparentemente, parece não existir à partida. É o caso dos Palm Skin Productions, mais conhecidos de paragens mais lentas do que propriamente de música de dança, quando editavam para editoras de referência do género como a Mo'Wax ou a Pussyfoot. Numa inflexão interessante, este seu segundo EP na Freerange reflecte bem a abertura musical que a dupla tem, conseguindo reunir nele as suas visões para a house próxima do acid em "Leave me alone", do discoboogie em "Get live tonight" e do house leftfield de Theo Parrish em "Love will go".

Photobucket - Video and Image Hosting

Ameaba - Salty tears (Neuton Music)

Ameaba é uma dupla alemã com apenas um álbum, sem nome, editado o ano passado e que gira à volta do downtempo. "Salty tears" é o single de apresentação desse álbum e encerra nele o pequeno tesouro que é a remistura de Brooks. Entre o mundo musical de Herbert e de Someone Else, Brooks encontra um raro equilíbrio entre a delicadeza de música feita para ser ouvida e a necessária pujança da música feita para ser dançada. Não vai ser o hit mundial que foi a sua remistura para Clyde em "Serve it up" mas será por discos como este que o seu nome será lembrado.

Photobucket - Video and Image Hosting

Âme, Dixon e Henrik Schwarz - Where we at (Sonar Kollektiv)

Quando três dos principais nomes da cena house europeia actual se juntam, o resultado é esperado com alguma expectativa. Interessante é que, juntado tanto talento, ainda haja espaço para dar o holofote a Derrick Carter, o senhor Classic e um dos principais nomes da cena tech-house de Chicago, onde "Where we at" vai buscar parte das suas influências (as restantes são, claro, a Detroit). Usando em ambas as versões o acapella de Carter no clássico "Where u at?" editado em 2002 como verdadeiro manual de sobrevivência para uma vida melhor, ambas as versões são, no entanto, muito diferentes entre si. Se a "Version 1" procura referências no dub da Basic Channel para partir para um som mais cheio, a "Version 3" tem club escrito em si. Nota-se, no entanto, em ambas as versões, alguma preponderância do som habitual de Âme em vez de um equilíbrio entre todas as propostas musicais apresentadas pelos três artistas. E a resposta à pergunta "onde está a versão 2?" está no site da editora.

Photobucket - Video and Image Hosting

Agaric/Lawrence - Virke/Place to be (Liebe Detail)

Mais um ponto a favor da Liebe Detail na sua série de duplos headliners. Depois de ter sido descoberto como responsável da excelente série em 10 polegadas "We are", Agaric tem sido o maior responsável por colocar novamente a música electrónica da Suécia no mapa, mais conhecida internacionalmente pela sua pop e pela sua visão do discosound do que propriamente pelo techno. Não que seja novidade para Patrik Skoog mas tem sido na sua busca pelos sons menos agressivos entre a house e o techno que toda a sua experiência musical tem ganho o perfil que, se calhar, há muito merece. Lawrence é o senhor Dial e a melancolia dos seus temas é novamente aqui ponto forte, num registo equidistante entre o neotrance e o minimalismo.

Textos de José Belo, publicados originalmente na edição de Junho da revista "Dance Club"