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Marcar golos como o Pauleta

O Mundial é, sem dúvida nenhuma, das coisas por que mais anseio. Ver todos os jogos é uma coisa do passado mas não deixa de fazer parte dos meus dias, em época de Mundial, ver todos os resumos e saber tudo o que se passa em todos os jogos. E com Portugal a jogar, o Mundial ganha todo outro interesse. Deixa de ser necessário andar a apoiar a equipa mais fraca em cada jogo para nos marimbarmos pura e simplesmente para todas as outras selecções que não cantam o nosso hino. Lembro-me de festejar o golo do Carlos Manuel contra a Inglaterra e não perceber como é que aquela equipa tão boa que conseguira passar o impassável Peter Shilton, perdia com Marrocos e com a Polónia, nos jogos seguintes. Claro que Saltillo era a razão mas era puto e para os putos, futebol é só bola.

Olhar para esta selecção e olhar para a selecção de 86 é ver como, em 20 anos, todo o futebol mudou. Se dantes a comitiva parecia uma excursão, hoje, em muitos pormenores, da roupa à alimentação, é notória a evolução de toda a estrutura organizacional que gere a Selecção. Infelizmente, o Mundial da Coreia/Japão e tudo o que se passou com a Selecção extra-futebol está perto demais para nos conseguirmos embrenhar totalmente dessa visão de que estamos no bom caminho agora com estes dirigentes. Fica sempre esta ideia de que basta alguém espirrar e tudo isto que está a ser criado agora cai como um baralho de cartas e voltamos ao ritmo antigo, um ritmo lento e desenrascado conhecido por todos como RAP - "Ritmo À Portuguesa".

Outro dia, comentava com um amigo que há duas coisas que conseguem movimentar regularmente pessoas em massa em Portugal : o futebol e a música. Mas se o futebol português está no bom caminho e é respeitado intra e extramuros, também a música feita em Portugal tem merecido, cada vez mais, esse olhar. Passo a passo, o mundo da música portuguesa vai-se dando a conhecer a outros ouvidos, do tradicional fado ao hiphop, do rock à dança. E é na música de dança que chegam boas novas.

Nesta semana que agora finda, três artistas que, coincidentalmente, têm temas na compilação da Bloop "Pinkboy presents TPC", viram trabalhos seus editados. Assim, é feliz que recebo a notícia de mais um lançamento de Zentex na alemã Kickboxer. Também Plagia acaba de editar novo maxi na Glanzbild, num regresso do produtor português às edições em vinil. E os Antalgic viram o seu tema "Kapitalism" colocado em compilação ao lado de temas de Phonique, Oxia, Steve Porter ou Sander Kleinenberg. Três golos tão importantes como qualquer golo do Pauleta neste Mundial.