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HitdaBreakz

4/06/2006

A Tom Moulton Mix


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Se há coisa que a Soul Jazz sabe fazer é isto : discos para quem gosta de música. A capacidade para agradar a todos os quadrantes é das coisas que mais aprecio nesta editora - tanto vai ao melhor do reggae e do dub como ao melhor do acidhouse como ao melhor da soul como ao melhor da nova música de dança.

É impressionante o fôlego da Soul Jazz, editando há poucas semanas atrás uma das mais importantes recolhas de temas dos primórdios do hiphop para, pouco tempo depois, lançar uma compilação dedicada ao disco e a um dos seus nomes mais importantes, Tom Moulton. Cada vez mais, a Soul Jazz está a tornar-se um dos principais pontos de ligação entre a nossa geração musical e a que nos deixou este legado.

Com uma selecção impressionante de clássicos (quase todos o são, desde os MFSB a South Shore Comission, dos ORS a Grace Jones), esta compilação é fundamental para quem aprecia o disco e toda a área que o circunda. Até porque há aqui bastantes temas inéditos ou edições promocionais e, portanto, raras. O que faz com que se deva olhar para esta compilação não só como um documento histórico de uma das fases mais importantes da música de dança mas também como uma edição com inéditos gravados há décadas, é certo, mas que só agora vêem a luz do dia como deve ser.

E vocês nem sabem a felicidade que é poder finalmente ter o "Make me believe in you" da Patti Jo em disco depois de a ter conhecido há tantos anos atrás pela mão de um dos senhores da música de dança, Norman Jay, naquela que é, para mim, um dos mais importantes discos que ouvi em toda a minha vida : a Desert Island Mix da série Journeys by Djs, que Norman Jay partilhou com Gilles Peterson.

Foi através dela que ouvi pela primeira vez tanta coisa, desde o jazz ligado à música de dança (com Mark Murphy mas também com os Jazzanova, que descobri aqui) ao downtempo mais esquizóide (em Juryman vs Spacer); da soul sentida da Letta Mbulu (e com ela descobri o David Axelrod) à soul psicadélica dos Rotary Connection (e com eles descobri o Charles Stepney); das várias possibilidades que a disco oferece (Carl Douglas and the Chi-Sound Orchestra, porque não, a Patti Jo a Family Tree a Giovanotti Mondani Meccanici, que foi a minha porta de entrada para o fabuloso mundo do italodisco).

E o que eu agradeço Norman Jay se ter enganado e em vez de ter posto o grupo Giovanotti Mondani Meccanici como autores da soberba "A love supreme", ter colocado o nome de Alexander Robotnick, que me levou mais depressa a ouvir o Probleme d'amour e ficar para sempre rendido a Maurizio Dami.