4/06/2006
Diggin Chart - Especial Primavera!
Pois é, não será propriamente o regresso das Diggin Charts, mas pelo menos servirá para matar saudades. A maior parte destes discos vieram da última feira de Oeiras. Depois do 12" de "On and On" isto significa que as colheitas andam mesmo boas. E, curiosamente ou talvez não, é dos terrenos do House que chegam a maior parte das pérolas. Comecemos por este misterioso maxi de Cultural Tribe. O google não revelou nada, mas trata-se de um disco dos primórdios do House (87 é o meu palpite) com uma série de "rhythm tracks" básicas mas de enorme poder rítmico. Não se indica editora...
Tenho visto alguns maxis de Severed Heads nalgumas charts de referência. Neste caso a faixa que interessa é o dub de "All Saints Day", um poderoso exercício "housey" muito descarnado e dominado por uma potente linha de baixo. Também não há data referida neste maxi, mas a minha aposta vai para 1988, quando até os adeptos das sensibilidades mais "indie" (como era o caso dos Severed Heads) se renderam ao poder hipnótico dos grooves debitados por caixas de ritmos.
Potente. Uma vez mais não há data, mas o site discogs revela que é de 1988. Claramente um projecto belga de New Beat com um impressionante drive rítmico e um motivo explicitamente sexual. Muito, muito bom!
Um maxi na famosa Ze Records? Fantástico. Esta editora contou no seu roster com gente como Material, James White e outros membros da comunidade No Wave/Avant Disco de Nova Iorque. E este é um bom exemplo desse tipo de Disco mais oblíquo que a editora explorava.
Mais um tema de House com óbvia inspiração no New Beat belga, mas de um projecto britânico. Também com capacidade para demolir (no bom sentido) uma pista.
Pioneiro da House de Chicago, aqui a gravar para a Atlantic, uma das primeiras grandes editoras americanas a dar atenção à revolução que a partir de meados dos anos 80 começou a abalar as fundações de Chicago.
Clássico de Chicago numa das principais editoras dos primórdios do House. A outra, claro, era a Trax Records.
E cá está ela. Curioso é aparecerem dois discos de duas das mais importantes editoras de Chicago um ao lado do outro numa caixa que pertence a alguém com o ar de nunca ter posto os pés num clube. Ao mesmo tempo que o House explodia em Chicago, outra cultura inundava Nova Iorque, o Hip Hop. os cruzamentos não se fizeram esperar e este é um dos primeirtos exemplos do sub-género que ficou conhecido por Hip House.
Que dizer...? É um clássico e eu não resisti.
E porque nem só de maxis vive o homem, um LP que não conhecia do mestre Deodato. Disco funk de estúdio com excelentes arranjos de Deodato. Se Sérgio Mendes está de volta, porque não Deodato?
