3/22/2006
Sexy Covers
Andava eu a vasculhar os meus arquivos quando me deparei com este pequeno artigo de 2002 na Dance Club. Como tem muito que ver, achei que o deveria recuperar aqui para o HdB. Cá está ele!
sexy covers
O sexo é um elemento vital do universo da música? Claro que sim. É celebrado na música, nos espectáculos, nos clips e até nas capas de discos. E essa celebração já vem de longe, como poderão ver já a seguir...
1. ELECTRONIC TOYS
Com títulos como “Paris 2079” e autores como o grande Mort Garson, “Electronic Toys” é uma compilação dos primeiros tempos da música electrónica (fim dos anos 50, inícios dos anos 60) quando os Moogs começavam a dar os primeiros passos. Alguns dos temas apontam até para algumas das pistas exploradas agora pelo elektroklash. E a capa?... Uma moçoila em idade casadoira, com um penteado tipicamente “early sixties”, certamente à espera do marido para lhe fazer uma surpresa... Ou talvez não...
2. BEAT AT CINECITTÀ
O subtítulo já diz quase tudo: “uma homenagem sensual à mais depravada e erótica música dos arquivos do cinema italiano dos anos 60 e 70”... Hum! Com uma morena daquelas e a bandeira no topo, não restam duvidas. Os italianos através de gente como o compositor Riz Ortolani (o mais representado nesta compilação) foram reis na construção de ambientes musicais para comédias softcore com que dominaram o mercado europeu nos 60’s e 70’s. E com isso influenciaram toda a geração actual dos revivalistas lounge e dos praticantes do downtempo mais sofisticado.
3. HERB ALPERT’S TIJUANA BRASS: WHIPPED CREAM AND OTHER DELIGHTS
Capa completamente masturbatória, que não restem dúvidas. Uma moça de formas generosas coberta de “chantilly”? Não é lá grande metáfora. Mas na América dos 60’s não era assim muito comum. Um disco que já foi muito samplado pela comunidade hip hop e que tem um par de temas capazes de ainda abalar as estruturas de muitos clubes (pelo menos os mais abertos a explorações sem tempo).
4. ROY AYERS: COFFY
Depois do sucesso de Shaft, a Blaxploitation foi pródiga a inventar novos heróis negros que satisfizessem a comunidade afro-americana que tinha uma nova consciência depois dos “civil rights movements”. Discos como este são essenciais na discoteca privada de qualquer produtor de hip hop que se preze. Não apenas pelos grooves de Roy Ayers que influenciaram tanta gente, do hip hop e downtempo ao house, mas também por causa da iconografia: a grande Pam Grier com um top cor de rosa e uma caçadeira de canos serrados? Nem os nossos sonhos são tão ousados.
5. FUNKADELIC: FREE YOUR MIND... AND YOUR ASS WILL FOLLOW
1970 e os Funkadelic de George Clinton conduziam uma revolução: juntavam rock, funk, psicadelismo, drogas e afirmação para produzir uma música revolucionária que marcou toda a gente, de Scott Grooves aos Chemical Brothers e Daft Punk. E a revolução passava pela afirmação do “Black is Beautiful”... A julgar pela capa, “black is not only beautiful, but sexy and hot”. Sexy Hot? Isso não é um canal do cabo?...
6. ISAAC HAYES: JUICY FRUIT (DISCO FREAK)
E foi na época do Disco que os “asses” realmente seguiram aquilo que o ritmo ditava. Of filmes (como o Studio 54...) já deixaram bem claro o que é que se passava nos clubes: orgias continuas ao som de grandes DJ’s e com combustíveis químicos a ajudar. E essa imagem de grande depravação (nos últimos dias gloriosos antes do pesadelo da SIDA) passou para os dias de hoje. Isaac Hayes, com as suas longas excursões musicais já de si orgisásticas, é um sexy motherfuckers originais. E esta capa? Um autêntico sonho molhado...
7. CERRONE: LOVE IN C MINOR
Agora já ficam a perceber onde é que o Bob Sinclar foi buscar tudo... aquele olhar malandro, as moças roliças, os roupões de seda, a pose de matador. Cerrone gravou excelentes discos e este “Love In C Minor” é um deles. Grande disco por um grande baterista, ainda por cima com uma capa destas. Cerrone é uma das paixões de gente como Sinclar, mas também Dimitri From Paris e outros...
8. PRINCE: LOVESEXY
Classe, classe e mais classe. Prince no papel de uma odalisca romântica? E porque não? Quando se tem um disco com clássicos como “Alphabet St”, “Anna Stesia”, “Dance On”, “LoveSexy” ou “When 2 R In Love” podemo-nos dar ao luxo de fazer qualquer capa. Mas quando é Prince (quando ele ainda se chamava assim...) que tem um disco desses, então a capa tem mesmo que ser assim...
9. FORBIDDEN PLEASURES: THE SOUND OF JAZZ MUSIC
A Luxury Service Records – “Bound to Please” – foi em meados dos 90’s um dos pilares do renascimento do house mais deep. E o seu artwork sempre fez coincidir a música com um universo mais underground, carregadamente erótico, como bem demonstrava o artwork dos seus máxis. Grande música e imagens sugestivas. Depois como é que podem esperar que nos clubes a coisa não dê para o torto...?
10. D’ANGELO: VOODOO DJ SOUL ESSENTIALS
D’Angelo é herdeiro de Marvin Gaye e não recusa o papel de sex-symbol que a sua voz lhe garante. O corpo musculado vem por acréscimo. E as mulheres que a ele se agarram são um bónus. R&B suado, sexy até mais não, sensual, poderosamente erótico, perfeito para fazer bebés... D’Angelo é assim. Graças a Deus...!