1/25/2006
ABC da organização de discos

Todos viram o filme (ou leram o livro) Alta Fidelidade em que o personagem principal organiza a sua colecção de discos por ordem biográfica. E de facto esse é um método tão válido como outro qualquer. O que interessa é que, seja qual for a organização dada aos discos, ela seja funcional e, sobretudo, reflicta a personalidade do organizador.
A minha colecção está organizada por géneros, com algumas particularidades curiosas pelo meio. Tenho grandes áreas de Jazz, Funk/soul/Disco, Sonoridades Contemporâneas do Universo da Música de Dança (o que significa House/Downtempo/Drum n' Bass/etc), Hip Hop, Reggae/Dub, Easy Listening/Lounge, Library, Pop-Rock, Blues, Punk, Vanguardas electrónicas, uma secção a que não sei bem o que hei-de chamar mas que contém desde David Bowie a Electric Prunes passando por Neu! e Can, uma área de Pós-Rock, outra de Músicos Africanos (Fela, King Sunny Adé, Manu Dibango, Thomas Mapfumo...) e outra ainda de Músicos Latinos (Mongo Santa Maria, Eddie Palmieri, et al)e até uma secção com Moog records. Há ainda secções específicas dedicadas a algumas editoras (como a Mo'Wax, a Wordsound, ou a Jazz Fudge). Depois, alguns dos géneros são subdivididos entre LPs e 12"s (caso do Soul/Funk/Disco) e outros não (caso do Hip Hop). Ou seja, uma enorme confusão que nada diria a outra pessoa que ali entrasse e tentasse localizar um artista que tivesse a certeza existir na minha colecção. Claro que depois cada uma destas áreas está devidamente organizada por ordem alfabética, mas mais uma vez, até aí, o caos impera pois nalgumas secções os discos estão organizados pelo apelido do artista e noutras nem por isso... Ora, o que eu pretendo, tão simplesmente, com este post é levantar esta questão e perguntar quais os vossos métodos? Seria mais fácil ter apenas uma grande área onde todos os géneros se misturariam? Mas, por alguma razão, a mim faz-me confusão ter discos de jazz ao lado de discos de punk ou discos de blues a dividirem espaço com discos de easy listening... Não me parece que faça grande sentido. É que desta maneira, quando eu tenho uma daquelas semanas em que só me apetece ouvir reggae sei para que prateleira devo voltar as minhas atenções e nunca serei distraído ao procurar um Lp dos Heptones pois não poderei dar de caras com os meus discos dos Headhunters.
Resumindo e concluindo: uma colecção é de facto uma biografia do coleccionador. Só ele a entende, só ele consegue conceber a sua organização e só para ele faz sentido a forma como se posicionam nas prateleiras. O debate continuará, se tudo correr bem, no fórum do HdB!