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HitdaBreakz

11/12/2005

Break da SemanaTM : Deodato - September 13


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Foi por via do grande Deodato que entrei no mundo da etiqueta CTI, já lá vão uns anitos. As capas de discos como este Prelude, que hoje aqui nos trás para mais um Break da SemanaTM, ou do álbum In Concert (com Airto) eram - e são ainda - verdadeiras obras de arte que seduziam mesmo antes de se ter uma oportunidade de ouvir a música. E, claro, não comecei por procurar discos de Deodato por saber que estava aliado a uma etiqueta de jazz, mas muito simplesmente porque eram incontáveis as referências ao seu nome no universo da música brasileira e porque, claro, gravou um excelente álbum em 1973, Os Catedráticos, que descobri durante os meus primeiros tempos exploratórios do balanço tão especial da música feita no Brasil. Claro que a chegada à sua carreira na americana CTI me levou depois a perceber a extensão do catálogo da etiqueta formada por Creed Taylor e não tardou muito que isso me conduzisse à procura de alguns grandes álbuns de gente como Bob James, Lalo Schifrin ou Stanley Turrentine (alguns ainda procuro...). Bem, mas essa é outra história e há que aproveitar esta oportunidade para falar de Deodato. Eumir Deodato.

No site oficial deste grande compositor e arranjador podem descobrir muitas informações sobre a sua vida e a sua obra, por isso vou deixar-vos alguns espaços em branco para que possam conduzir as vossas próprias investigações. Interessa saber que quando Deodato lançou Prelude - o seu primeiro álbum para a CTI, em 1972 - já tinha uma carreira firmada no Brasil e que o sucesso de um tema incluído nesse álbum - a sua versão discóide para o clássico Also Sprach Zarathustra (que toda a gente queria ouvir pois o original de Richard Strauss causou estragos no imaginário colectivo graças à sua inclusão na banda sonora do clássico de Stanley Kubrick 2001 - Uma Odisseia no Espaço) lançou efectivamente a CTI, dando-lhe fundos para os anos que se seguiram e, claro, cimentou o nome de Deodato como um criador de sucessos. Graças a esse tema - que vendeu 5 milhões de cópias e que valeu a este músico e arranjador uma catrefada de prémios, incluindo Grammies - Deodato ganhou reputação e liberdade de acção que lhe permitiram construir uma sólida carreira durante os anos seguintes, não só como arranjador, mas igualmente como líder. Como é óbvio, o break do início de September 13 é apenas mais um pretexto para se descobrir um grande nome da música, ainda que aqueles 2 ou 3 segundos de ritmo sincopado (cortesia de Billy Cobham) sejam muito, muito bons (e o piano eléctrico que se junta depois à bateria dá-lhe ainda mais balanço). Pete Rock conhece bem o poder deste break pois já o samplou (no intro de In The House). E se Pete Rock gosta, porque não haveríamos nós de gostar?

Neste álbum, além de Cobham, Deodato tinha gente de enorme reputação como John Tropea (na guitarra e a quem Deodato produziu alguns discos), Ron Carter (no baixo), Stanley Clarke (também no baixo), Airto e Ray Barreto (dois gigantes da percussão) e uma belíssima secção de metais e de cordas. Mas, claro, a grande estrela aqui é Deodato e os seus arranjos, que gerem muito bem o factor "dança" dentro do tema, o que só ajuda a explicar o especial carinho que ao longo dos anos os DJ's e diggers de todo o mundo lhe foram dedicando.

E pronto, sem mais demoras, aqui está, em toda a sua glória, o grande September 13. Enjoy and go dig!

Deodato - September 13 (MP3)