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HitdaBreakz

9/12/2005

Segunda vida


Esta conversa à volta da 99 Records não podia ser assim acabada sem aquilo que mais aprecio nestas redescobertas do passado - o facto de o passado musical ser sempre uma boa plataforma para se chegar mais longe. E isso não passa por nenhuma reverência bacoca de tudo o que é velho mas antes uma aceitação das perfeições e imperfeições daquilo que já foi feito para melhorar o que funciona bem, não repetir o que foi mal feito ou pura e simplesmente renegar o passado para partir para outra coisa qualquer.

E é um caminho tão válido como outro, renegar o passado. Não é, no entanto, o caminho seguido por produtores como Headman ou mesmo o JD Twitch que, não só nos seus sets mas também nas suas produções, tentam sempre a difícil missão de equilibrar a sua paixão pelo passado com a enorme vontade de andar musicalmente para a frente.

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Por isso, não é de estranhar o facto de Rob Insinna (ou Headman ou Manhead ou...) ter lançado, na excelente Relish, um maxi com produções recentes do Dennis Young, um dos membros dos Liquid Liquid que nunca deixou de fazer música e tem grandes álbuns em Old dog new tricks e em In between the comfort zone. Não deixa é de ser verdade que todo o interesse que suscita nestes tempos de reinvenção da herança de Nova Iorque lhe transmitem uma visibilidade maior (quem é que ouviu algum dos media a falar destes álbuns?).

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E antes, a holandesa Rush Hour também tinha lançado uma remistura dos Stromba para um tema do último álbum de Dennis Young, o Signal Up Ahead (álbum esse que tinha sido lançado na editora própria de Dennis Young), para além de duas remisturas para o velhinho Flextone dos Liquid Liquid pelo Brennan Green (que, a par de Daniel Wang e dos Metro Area, é a tipificação em disco do novo disco de Nova Iorque) e pelo JD Twitch, que aqui, mais uma vez, demonstra em actos a sua paixão pelos Liquid Liquid.

Felizmente, isto não vai parar por aqui. A verdade é que há mais planos para que Dennis Young passe a ser, merecidamente, um nome mais comum para o comum dos mortais. A Relish vai continuar a apostar em edições de Dennis, com um EP pronto a sair que contam com remisturas dos Tussle (outro nome a reter neste universo) e com produção do Kaos, dono de um dos álbuns do ano, o Hello Stranger (edição da !K7), já para não falar na edição do novo álbum de Dennis Young que terá, certamente, outro acolhimento por parte quer do público quer mesmo da comunicação social.

Não deixa de ser interessante ver a capacidade de todos estes produtores tão diferentes entre si a capacidade de reconhecerem em Dennis Young uma resposta para o paradigma musical em que se encontram. Mas, no fundo, passa muito por reconhecerem quase postumamente a importância que os Liquid Liquid tiveram na música, para dançar ou nem por isso. Se isso implica dar uma segunda vida musical a Dennis Young, ainda bem.