7/07/2005
GET KRUMP!
Como um palhaço pode mudar umas coisas. Quando Tommy the Hiphop Clown, em 1992, fazia os seus passos de dança nas festas de anos onde era o entertainer principal, devia estar longe de pensar que muitos jovens iriam desenvolver esses mesmos passos e transformá-los numa forma de arte expressiva nova dentro do hiphop.
Mas foi mesmo isso que aconteceu. Tommy desenvolveu o clowning, que, por sua vez, serviu de base ao krumping. "Krumping é quando estás a dançar e o teu corpo está a fazer uma série de movimentos ao mesmo tempo", diz Tommy numa entrevista à MTV. Mas não é esse o factor singular do krumping nem sequer uma das suas maiores virtudes. A agressividade que existe no krumping (e que não é sequer patente no clowning, dirigido que está a crianças) é o seu aspecto não só distintivo mas também fulcral, apesar de, à primeira vista, tal parecer paradoxal.
O que o krumping é, para muitos destes jovens, é a canalização da sua agressividade latente para algo de artístico, de positivo - a expressão dessa agressividade na dança e na competição com outros crews de dança numa battle de competição (um conceito tão caro quer ao hiphop quer à própria sociedade norteamericana).
Outro elemento bastante original quer do clowning quer do krumping é o facto de se usarem pinturas faciais. No clowning, as pinturas faciais são idênticas às que podemos encontrar num palhaço mas no krumping já é mais usual ver pinturas faciais que nos lembram as pinturas que podemos encontrar em muitas tribos tradicionais africanas, dando um aspecto mais de guerreiro a quem as usa (o que está consentâneo com todo o espírito do krumping).
O krumping, entretanto, tem aumentado a sua visibilidade em todo o mundo, principalmente através dos videos I'm really hot da Missy Elliott, o Hey Mama dos Black Eyed Peas e, aqui na Europa, o Galvanize dos Chemical Brothers.
Sem dúvida nenhuma que este fenómeno do krumping está a ganhar adeptos em todo o mundo, como forma artística de expressão corporal dos ritmos do hiphop, num movimento que se pode tornar no breakdance do século XXI.
De referir também que o conhecido fotógrafo e realizador de videoclips David LaChapelle realizou um documentário de meia hora que foi, para muitos, a porta de entrada para um movimento que se encontrava localizado basicamente em Compton. O documentário chama-se Krump (também conhecido como Rize) e estreou no Festival de Cinema de Sundance.
Visitem o site dos Krump Kings, casa de pioneiros do krumping como Tight Eyez, Dragon Slayer e Lil C, onde podem ver, na página principal, um pequeno video com alguns passos de krumping.
Ou então, para um resumo ainda mais informativo do que é o clowning ou o krumping, com excerptos dos videos referidos acima e entrevista a Tommy the Clown, clickem neste link para verem um pequeno vídeo, realizado pela MTV News.