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HitdaBreakz

12/23/2004

EM OBRAS




Obras, obras e obras... a verdade é que tenho a casa em pantânas para que melhore a imagem geral daquilo a que chamo casa. Também estou a tentar melhorar o espaço que tenho no quarto para que consiga ganhar a constante batalha que luto contra os meus discos: eles a quererem mais espaço e eu também. Feliz ou infelizmente, têm sido os discos a ganhar a batalha - sempre que compro um lote ou que recebo discos pelo correio ou que vá ao Cash Converters e traga mais não sei quantos discos para casa, sei sempre que vou ficar com menos uns centímetros quadrados para me movimentar. Desta forma, chega uma altura na vida de um coleccionador de discos em que se diz "Basta!" (nunca acontece, um coleccionador nunca diz "Basta!", os outros é que dizem "Basta!" e o coleccionador compreende que têm razão... não dá para viver assim).

A verdade é que descobri duas coisas. A primeira é que é muito complicado ter uma grande colecção de discos - tirá-los todos e levá-los para outro lado é um trabalho bem bem complicado. E a segunda coisa que descobri foi que tinha mais lixo musical do que pensava. A quantidade de discos que nunca conseguirei ouvir outra vez é muito superior àquilo que imaginava. Discos que não servem nem para samples, nem para ouvir, nem sequer para embelezar o mundo com a sua bela capa. E pensei fazer aquilo que qualquer ser humano sensato faria : pôr esses discos a circular. Foi aqui que descobri outra coisa - não me consigo desfazer de discos que trago para casa. E isto, meus queridos, é grave! Vocês sabem qual é a minha desculpa interior para manter os discos comigo? "Hmmm, hoje podem não me dizer nada mas quem sabe o dia de amanhã? Eu, com 12 anos, não gostava de jazz, quem me diz a mim se eu com 49 não vou gostar de música popular checa?". Dilema resolvido e durmo descansado. Explicar isto aos outros é que é difícil : "Então tens discos em casa que não ouves, de que não gostas e que são feios e não os consegues deitar fora porque podes vir a gostar deles daqui a 30 anos? És louco, só pode.".


Reproduzido com a devida não-autorização da Ikea.

Mas com este post queria falar do armário onde pus a minha colecção de discos. É que o armário de que estou a falar é um velho conhecido de todos aqueles que têm grandes colecções de discos e que só agora chega a Portugal, pela mão da IKEA. Há imenso tempo que muitos dos coleccionadores que conheço me falam maravilhas das Expedit : são óptimas, levam discos como tudo (cabem perto de 75 em cada cubículo, o que, nas maiores - 5x5 - dá, sensivelmente, 1800 discos) e aguentam-se muito bem com o peso que lhe deres, mantendo-se inamovíveis. E isto do inamovível é importantíssimo : a queda do armário tinha como consequência, apenas e só, a destruição de uma vida inteira a coleccionar discos. Importante também é o facto de a própria Expedit ter um sistema de dois parafusos que fazem a ligação da parte superior da Expedit à parede onde é colocada, "amarrando-a", desta forma, à parede.

A Expedit, pela qual paguei 159 euros (optei pela maior - a de 5 cubículos x 5 prateleiras - mas há uma mais pequena, de 4 cubículos x 4 prateleiras, que custa 99 euros), vem em três grandes embalagens (cada uma com 1m85 de altura, já que optei pela maior... a mais pequena terá 1m50 de altura). São pesadas mas nada de outro mundo. Dois adultos dão perfeitamente conta do recado. As três embalagens - e estamos a falar da Expedit maior - cabem todas num elevador normal, o que facilita imenso o transporte para quem vive em prédios. E a montagem nem é complicada já que as instruções são claras e precisas. Só tivémos uma pequena dificuldade quando colocámos o segundo painel lateral, que faz com que tudo se encaixe tipo puzzle.



Em cima, podem ver uma Expedit com discos. Como é óbvio, os discos que vocês vêem escondem, atrás cada um deles, 70 ou mais discos. Mas que esta é uma bela colecção é! Podem ver nela o String Beat, de que falámos no post sobre a Muza (editora polaca) [é o 2º disco a contar da direita da 2ª fila a contar de baixo], podem ver o Nucleus, um dos melhores e mais raros discos do Galt MacDermott (o compositor do Hair, entre outras coisas) de que eu e o Digga somos ambos proprietários, num grande golpe de sorte, numa história que contaremos um dia. O Nucleus é o disco que está no 4º cubículo a contar da esquerda da fila de cima. Outros discos que devem procurar arranjar é o Don Blackman, grande álbum este!, que é o que está à direita do Nucleus; o Jan Jan dos Fabulous Counts, que se encontra à esquerda do Nucleus, é uma enorme pérola funk; ao lado do Jan Jan, temos o Sir Joe Quarterman & Free Soul, um raríssimo álbum de funk que não tem medo de abordar as melodias e que podem ouvir no fabuloso Grand Theft Auto : San Andreas - é que a Mastersounds acaba a sua emissão exactamente com um dos temas-chave do álbum, o jamesbrowniano (I've got so much) Trouble in my mind (ai meu Deus, jogar GTA a ouvir a Mastersounds só me dá vontade de roubar carros e andar por San Andreas a atropelas Ballas). E não podemos esquecer o álbum dos Whole Darn Family, o The Whole Darn Family has arrived, que contém um dos breaks clássicos do hiphop, o Seven minutes of funk [audio : Realplayer].

Para quem a comprar, seja para discos ou para outra coisa qualquer (é que a estante é mesmo mesmo linda e fica tão bem numa divisão qualquer), têm aqui um site, felizmente em espanhol, onde podem seguir, através de fotografias, todos os passos para montarem a vossa Expedit.