11/07/2004
BREAK DA SEMANATM: HERBIE HANCOCK - PALM GREASE
Para hoje, escolhemos um break bem diferente. O intro de Palm Grease, do álbum de 74 Thrust de Herbie Hancock (o fabuloso LP que sucedeu ao não menos mítico álbum de 73 Headhunters), mostra-nos um metronómico Mike Clark a martelar com paixão na sua bateria (que tempo é aquele? 6/4? Se houver por aí um mestre do ritmo, então que ajude...), antes que Bill Summers introduza um shaker e que os teclados de Herbie nos comecem a transportar para o espaço (neste álbum, ele usa o Fender Rhodes, o Hohner Clavinet e uma série de Arps estratosféricos).
O Herbie Hancock desta época é fantástico. Depois de ter atravessado a sua fase modal nos anos 60 e de ter secundado gigantes como Miles Davis, Freddie Hubbard e Quincy Jones (e estou apenas a referir-me ao início dos anos 70, época em que este pianista tocou em míticos álbuns como Live-Evil de Miles, Red Clay de Freddie ou Gula Matari de Quincy...), Herbie Hancock, como tantos outros músicos da sua geração, começou a olhar para o jazz como um terreno de aventura e invenção, permitindo-se abrir-lhe as portas para comunicar com outros mundos através de uma cada vez mais presente electrónica. Isso levou-o a uma das mais interessantes fases da sua carreira em que gravou discos como Sextant, Headhunters ou este Thrust, "contaminando" o seu pianismo de um infeccioso groove que o transportou até às estrelas. Este break é, na verdade, um pretexto para se descobrir a grande música que Herbie protagonizou e que se revelou tão fundamental para o enquadramento, anos mais tarde, das obras distintas de gente como Carl Craig, Kirk DeGiorgio ou, entre outros, os Sa ra Creative Partners.
O Herbie desta época vendia muitos discos, por isso nenhum dos seus álbuns "eléctricos" é propriamente raro e estão praticamente todos reeditados e disponíveis em vinil. Não há desculpas, portanto...
BREAK DA SEMANATM:HERBIE HANCOCK - PALM GREASE
