<$BlogRSDUrl$>
.

HitdaBreakz

9/07/2004

3 DISCOS DE OURO




GARY BARTZ - The Shadow do (Prestige, 1975)

Fabuloso e quase-desconhecido saxofonista, o que, por si só, é das maiores injustiças musicais de que tenho conhecimento. É um dos seus maiores álbuns (o outro é o Music is my sanctuary) e um completo vício de ouvir (não tem temas maus, coisa tão rara tão rara até mesmo nos álbuns que tomamos como perfeitos). Produzido pelos Mizell Brothers (vamos falar muito deles aqui no blog), responsáveis por produzir os mais importantes álbuns do Donald Byrd ou da Bobbi Humphrey, é um álbum onde as referências do jazz, de fusão ou não, e do funk se entrelaçam e com tantos pormenores que destacar um seria injusto (as melodias? as vozes? o som tão preenchido, quase wall of sound?). Um daqueles álbuns em que tanto o produzido como o produtor levam muito para o disco, que faz com que o "choque de ideias" o torne algo de muito muito especial.



FIFTY FOOT HOSE - Cauldron (Limelight, 1968)

A Limelight é uma subeditora da Mercury que, a meio da década de 60, deixou o seu legado de editora de jazz (tem álbuns do Chet Baker, Dizzy Gillespie, Art Blakey, Oscar Peterson, enfim, só big shots do jazz) para se tornar numa editora de coisas assim para o estranhas. Coisas como o vanguardista Pierre Henry; o psicadelismo escandinavo dos Mecki Mark Men; o funk de Melvin Jackson (em Funky Skull); a electrónica dos anos 30 ou 40 de Baadings e Raijmaakers ou dos anos 60 de Beaver & Krause; ou uma colectânea de ritmos e melodias iranianas. E no meio da discografia tão disforme da Limelight, aparece esta peça única: o primeiro e último disco dos Fifty Foot Hose. O nome parece típico das tripalhadas de LSD - uma mangueira de 50 pés dá logo um toque de alucinação. E o nome cumpre o prometido já que é um disco de psicadelismo com misturas de electrónica que enchem tanto o som do disco como a voz da Nancy Blossom. O head heritage, o site do Julian Cope, faz uma crítica bem mais exaustiva ao disco, por isso, deixo-vos aqui o link. Sem dúvida, a descobrir rapidamente.



ITHACA - A game for all who know (prensagem privada, 1973)

Quase ninguém conhece os Ithaca. Mas a culpa é dos próprio Ithaca, que decidiram quase guardar para si este incrível disco. Raridade em si não quer dizer nada, há tanto disco raro que não vale absolutamente nada a não ser ser raro. Mas este é daqueles discos raros que tenho pena que não sejam raros, que sejam acessíveis a todos aqueles que gostam de música que nos faz sonhar. A culpa dessa música que nos faz sonhar também é dos Ithaca - a voz da Lee Menelaus está naquele tom que é reservado às conversas entre anjinhos no céu e as harmonias têm um toque delicoinfantil mas que nada tem a ver com a Disneylandia. Nem sei como catalogar isto a não ser na secção dos "discos mais bonitos da minha vida".