5/12/2006
Fujiya & Miyagi: wax on wax off
Os Optimo falam em "pop influenciada por Kraut", Trevor Jackson diz que são uma espécie de mistura entre "Radiohead e Neu" e os elogios vêm ainda de Andrew Weatherall ou Tiga, gente muito diferente que deve estar também a ouvir coisas muito diferentes neste álbum. O que deverá querer dizer que o próprio som de David Best (Myiagi), Steve Lewis (Fujiya) e ainda do baixista Matt Hainsby deve ser o resultado de um cuidado cruzamento de escolas e sensibilidades. Mas ouvindo Transparent Things (e talvez daí o título...), fica-se com a nítida sensação que este é um grupo sem grande escola e que dispensa sensibilidade quando está a fazer música. Ou seja, há um elemento de crueza na sua música, mas também de alguma sofisticação. O que deverá querer dizer que a crueza surge pelo lado da inexperiência na manipulação de instrumentos e a sofisticação está ligada a um provavelmente profundo conhecimento de discografias essenciais na formação da sua identidade (Kraut, no wave, electrónica...). Seja como for, Transparent Things é um belíssimo disco - carregado de pulsares analógicos e com um "drive" impressionante que deverá causar estragos nas pistas mais liberais.