Michael, este Jackson não é teu filho
Quando saiu o 12" do Jackson na Barclay, esgotou tão depressa que nem houve tempo para pestanejar. Quando me apercebi que era naquele 12" que estava aquilo que tinha ouvido há tempos, já os outros que sabiam o ouro que ali estava, mais espertos do que eu, o tinham esgotado e as palavras "Out of stock" e "Rupture de stock" e "Back order" passaram a ser companheiros constantes das palavras Jackson e Utopia.
A Warp, felino atento, percebeu o que ali estava naquele 12" que continuo a não ter e chamou Jackson para uma conversinha e um assina aqui onde diz Jackson. O resultado é o álbum de estreia de Jackson, Smash. Editado em Setembro, é só em Outubro que roda por aqui. O disco é uma visão musical muito sui generis mas nada inocente. Cheio de personalidade e com as certezas de que o caminho é por aqui só possíveis aos génios ou aos loucos, Jackson espalha som no álbum respondendo, em 14 temas, à pergunta "E se Pollock em vez de ter pegado num pincel, tivesse pegado num piano".
Tanto tempo depois, é tão bom poder ter Utopia em disco e poder fazer outros pararem de dançar e ouvirem todo aquele fino mas bruto recorte de vozes. Pode ser que algum deles fique maravilhado.
Jackson & his computer band - Smash (Warp)